Sobre uma decisão

É interessante como muitas vezes por medo de perder determinada coisa perdemos outras, e no fim ficamos sem nada, pra quem tinha tudo, sair de mãos vazias, bravo, bravo…
A sensação de termos muito em nossa suposta posse é belíssima, você se acha o dono do mundo, pensa que se um não der certo, o outro dará, uma piada mesmo, aí a vida, surpreendente como sempre, faz questão de tirar-lhe tudo, inclusive sua convicção, tão errônea e tênue.
Isso tudo é só mais uma prova da importância de tomarmos partido, de sairmos do muro e viver, e tornarmo-nos escravos de nossas escolhas, pois infelizmente essa capacidade ficou por aí, perdida em algum canto, e é ela que diferencia os homens dos meninos, as mulheres das garotas, que são os que assumem suas decisões.
São esses os que quebram a cara, os que choram por ter ido pelo caminho errado, os que entram nas piores situações, mas ao passo que fazem isso, são também os que se constroem cada dia mais e tornam-se melhores com seus erros, são os que já sabem por qual caminho não seguir, além de em qual situação não mais entrar.
E assim vamos perdendo muito, por não decidir, e o pior de tudo, a vida continua passando da mesma maneira, independente de você ter se decidido ou não, e sabe o que mais, se a dicotomia for provinda de pessoas, essas cansarão de sua indecisão, e irão, e se forem de momentos, esses sim passarão, pois são os mais passageiros possíveis, e sobretudo fugazes, felizmente.
Portanto, saiamos dos muros, quebremos a cara, façamos mais do que apenas existir, e acima de tudo, nos decidamos, pois ninguém e algo vão esperar por sua eterna dúvida, triste pra você, bom para elas, existem outras mais convictas, cabe aos cobertos de interrogações decidir entre decidir ou continuar deixando tudo escorrer por entre seus dedos.