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E se pudesse ser diferente?


Não gostaria.


Há algo de belo em ser quem eu sou, em ter feito o que eu fiz, em ter errado o que eu errei, em ter dito quando não era para dizer, ou ter calado quando era para gritar.


Realmente não aceitaria a ideia de não ser o que eu sou, porque apesar de tudo estou acostumado com meu jeito, com minhas dúvidas, meus anseios, conheço-me, e se eu fosse outro alguém, será que me conheceria tão bem?


Não, ser diferente não me agradaria, minha loucura é o suficiente para mim, ela me torna singular, tudo que sou me torna único.


Como disse Clarice, se não fossem as minhas malas cheias de memórias, ou aquela história que faz mais de um ano, não fossem os danos, não seria eu .


Exato, não seria eu, e estou contente com tudo que sou, com tudo que passei, com os erros e os acertos, com as quedas e as ascensões. É plenitude, é aprender a estar bem consigo, é saber que tudo o que foi passado é o que me forma, emoldura-me, e felizmente não foram apenas bons momentos, sabemos bem que mar calmo não faz bom marinheiro.


É como em um jogo, às vezes você joga certo e avança, em determinados momentos você erra e precisa voltar algumas casas, já precisei voltar bastante, mesmo já estando um pouco distante do início. Não sou o melhor jogador, e sei que nunca serei, mas sei que quero continuar jogando no meu tabuleiro, sei que poderia ser diferente, mas não gostaria, não seria o meu jogo, não seria eu.


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