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A bela e a fera


Mônica, um ser lindo, sem defeito algum, ao menos fisicamente, isso segundo moldes impostos, mas enfim, continuemos.


Sebastião, custava muito para ser chamado ao menos de bonito, não tinha tido sorte na genética, muito menos no dia a dia, trabalhava muito, isso o tinha deixado com uma aparência mais velha, de alguns anos a frente, o sol era seu companheiro cotidiano, daqueles bem próximos.


Ela, sequer sentia calor, se saía, passava logo o protetor solar, ostentava uma pele de bebê, tão lisa quanto a mais pura seda, era um prazer inigualável olhar para ela, quase que como uma obra de arte.


Por um acaso do destino, eles se chocaram, Sebastião, uma pessoa doce, apesar das intempéries diárias, Mônica não entendeu aquilo, como alguém como ele conseguia ser tão gentil, tão côrtes, ela logo quis saber tudo sobre aquele rapaz, e ficou ainda mais impressionada depois de tudo, de saber como era a vida dele, cheia de curvas, buracos e obstáculos, e ainda assim, pontes, flores e um aroma fantástico.


Mônica ficou apaixonada, e ninguém conseguia entender o porquê, o que ela tinha visto nele, por que Sebastião, tão destoante do que ela poderia ter, chamou a atenção dela, assim tão fortemente.


E eles começaram a namorar, ela rapidamente experimentou uma sensação que jamais havia sentido, algo belo, profundo, e ele, apesar da rotina apertada, fazia de tudo para ser mais, para mostrar que alguns padrões podem ser quebrados, que nem tudo deve ser como sempre foi.


Mônica continuava a ser questionada, e o contraste entre os dois era evidente, por que, Mônica, um rapaz com uma beleza tão distante da sua?


Mas uma coisa todos não viam, porque se recusavam, afinal, insistiam em olhar para a casca, para a embalagem, sempre a mesma coisa, a capa não os agradava, mas apenas Mônica foi profunda o

suficiente para abrir o livro e lê-lo, apesar de tudo, foi além e ousou não comprar pelo pacote.


E bem, era isso que não viam, a parte de dentro, o conteúdo, tão vasto e completo, que dispensava completamente a parte externa.


E somente Mônica, que resolveu ouvir aquele bom dia dado com um largo sorriso no rosto pôde desfrutar de que tudo o que Sebastião carregava consigo.


Continuaram juntos, belos, só porque a superficialidade foi deixada de lado, e o resultado foi um amor único, digno de quem ousa olhar nos olhos e ver o que o restante não vê, a parte de dentro.


E o restante, bem, tiveram que aceitar que a estrada vai além do que se vê, que o essencial é invisível aos olhos, que só se vê bem com o coração.


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