Sobre a Babilônia
Espaço de grandes vivências!
A Babilônia nunca foi para os fracos, pelo menos não de ideologia, para adentrá-la é necessário mais que apenas a vontade, é precisar estar aberto, despido, alto lá, despido de preconceitos, de tudo que você tem carregado, experimentado, inclusive pode até entrar com sua bagagem de vida, desde que ela seja compatível com o espaço, pois apesar de a Babilônia ser gigantesca, lá não há espaços para grandes malas, então, só vá com o que for leve, prático de ser carregado, e que possa ser dividido, afinal, lá não é um local estritamente singular, pluralidade é essencial, dividir experiências ímpares.
Ela pode lhe surpreender, assim como decepcionar, depende do ponto de vista, os libertários se sentirão em casa, como sempre tem sido, aos que preferem conservar, talvez ela não seja o espaço ideal, ou até sim, uma vez que estejam dispostos a passar a tentar não mais tanto manter, afinal, preservar não deixa de ser estar no passado, fincado, e aqueles que vivem um constante relacionamento com o presente, com o momento, e até mesmo com o vindouro, não assimilam tão bem a ideia de estar, talvez sim a de ser, e para isso é preciso personalidade.
Lá é um espaço belo, e aberto, pois grandes aglomerações pedem extensas áreas, é um ambiente para compartilhar, até dá para ir e tentar ficar sozinho, mas não será tão fácil assim, pois todos querem estar lá, talvez não permanecer, pois a intensidade dela é algo para ser vivido em partes, pois enquanto se está lá, em partes se nasce, porém, também em partes se parte, e eis a beleza dela, ser o que é, simples, sem grandes complexidades.
E a beleza de se poder ser o que realmente se é, é indescritível, apesar de para estar lá, você apenas precisará entender, ou não, apenas estar despreocupado, é uma fuga, você vai justamente para sair dessa realidade sádica, em que pensam que os diferentes são nossos inimigos, que intolerância é normal, que os padrões são certos, e que tudo isso é banal.
Estar lá é estar ciente de estar sendo julgado, pois a Babilônia está envolta em uma aura desconhecida, muito se fala sobre, mas pouco se entende, muito se vê, mas pouco se enxerga, então, há de se estar preparado para isso, não que seja preocupante, jamais, afinal, alguns estão aí vivendo para a eternidade, enquanto outros, mediocremente estão vivendo para a vida.
A Babilônia não julga, não define, simplesmente aceita, acata, por isso precisa ter um tamanho grande, pois os não aceitos são muitos, e ainda há os que não se encaixam, têm formas redondas, mas os espaços são quadrados. E é lá onde esses repousam, para tudo, e sentem-se bem, pois todos lá se entendem, ou se não, aceitam-se pacificamente, é realmente cordial.
Enfim, os que não foram, precisam ir, e os que já estiveram lá, sempre voltam, ela é efêmera, mundana, hedonista. É necessário ir e sentir, viver e dizer, experienciar e disseminar.
Ah, e o que acontece na Babilônia, não sai de lá!