Sobre uma tal crise
Algumas coisas não foram mesmo feitas para durar, eis o meu questionamento diário, o que tem sido para durar?
Bad, outros, crise existencial, no fundo, aparentemente representam o mesmo, aquele momento das incertezas sobre tantas coisas, sobre o que vale a pena levar em frente, o que deixar para trás, qual a importância de determinadas situações na realidade, por quê?
Sonhos, aspirações, destino, não creio muito nisso, não sei se infelizmente ou felizmente, mas pergunto-me justamente qual a razão de algumas coisas estarem em nossas vidas, Dean Moriarty, personagem do livro - On the Road - do Jack Kerouac, certa vez falou que o mundo inteiro abria-se à sua frente porque ele não tinha sonhos, e é aí que acho genial tal sacada, porém, não ter um sonho é uma responsabilidade muito grande, muito mesmo, penso que até mais do que ter.
Não possuir uma linha de chegada é ser livre, é estar aberto para vivenciar tudo, pois como ouvi uma vez, para quem não tem destino certo qualquer estrada pode ser caminho, e deve ser justamente aí que entra a tal bad, a infeliz, mesmo eu gostando dela, é justamente saber que existem muitos locais para onde ir, é talvez não se sentir parte de algo, é estar meio que disperso por entre tudo.
E como um bom canceriano, as dúvidas, a vida já anda meio bamba, e ainda decidir entre ficar ou ir, assumir ou largar, continuar ou parar, por isso que não ter um sonho é complicado, você vira refém de algo que não sabe, construir o que se não sei o que quero ser amanhã, são tantos vieses, ruelas, caminhos para serem seguidos e eu aqui sem saber para onde ir.
Não sabendo o destino certo qualquer evento vira distração, pode vir a ser um novo caminho, e a cada novo dia tudo vai se desmembrando e eu me perguntando para onde estou indo.
Ouvi falar que somos o futuro do que fizemos, e então, o que será? E me questiono sobre o que tenho feito, como, porquê, com qual finalidade.
Enfim, realmente não sei, e como disse William Shakespeare, há mais coisas entre o céu e a terra do que pode supor nossa vã filosofia, e eis meu receio e minha felicidade, existir tantas coisas, infindáveis, e estar aberto a todas é assumir um forte compromisso, e como um não sonhador, um beat, um fã das experiências, deve ser lá meu lugar, mesmo diante de tantas dúvidas, vai que não, realmente não sei, isso que dá nascer em 7 de julho.
Vou é ali ficar um pouco só para colocar esses coisas no lugar, e torcer pro dia terminar bem!