Sobre ver as cidades ao longe

Em mais um de meus retornos para minha cidade, vendo a cidade de longe, ao lado de minha amiga, ela me indagou sobre as luzes que iluminam as cidades, o que elas representam, fazendo uma analogia com as pessoas.

Bem, pensei, há luzes mais fortes, que são importantes, pois abarcam uma grande área, que representam as pessoas mais luminosas, que inspiram, aquelas que fazem de tudo para serem diferentes, que são enormes de espírito, que ajudam, são altruístas, preocupam-se com o próximo, fazem de tudo para tentar mudar a situação, quebram paradigmas, tentam não ser mais do mesmo.

Existem as luzes que estão acesas, mas não brilham tanto, iluminam, mas não enchem os olhos, estão ali por conveniência, e estas são as pessoas que existem, talvez até vivem, porém, não mais do que isso, vão vivendo cada dia normalmente, não são a mudança que queremos ver, são indiferentes, passivas.

E existem as partes escuras da cidade, aquelas em que a luz é muito fraca ou até mesmo inexistente, estas são as pessoas desinteressantes, que não tem nada a oferecer, levam a sério o existir, pois não passam disso. Essas sim, não serão lembradas, ou até nunca foram, são telespectadoras da própria vida, reféns do destino, até mesmo de suas não escolhas.