Referência ou escravidão?

E quando nos tornamos algo e passamos a responder apenas por aquilo?

É quando você passa a assumir apenas uma faceta, quando você torna-se o símbolo de algo, ou até mesmo escravo de determinada coisa, ocorre no momento em que se assume tomar um caminho tal.

Você é bom em fazer algo e vira exemplo daquela prática, mas nada mais, simplesmente um mártir, ou nem necessariamente uma ação, é possível que seja o que você é, ou mesmo o que você possui.

Abro o instagram e vejo o perfil famoso de uma mulher, só vejo fotos dela de costas, quase que certamente por ter um bumbum “invejável”, digamos, pronto, ela é simplesmente aquilo, de 489 fotos, 10 não são de costas, ela virou escrava daquela posição, submissa aos seus glúteos, e talvez, eternamente grata a eles, por a fazerem ser tão famosa. Possivelmente ela, para os que a seguem, não é nada mais que aquilo, do que aquele arranjo, e porventura, até mesmo para ela, vassala do efêmero.

E isso vale para todos, para os que ostentam posses e recebem curtidas em troca disso, apenas por ser bonito ver alguém em um carro importado, ou em sua viagem para Dubai, que construíram seus egos em torno do ato de mostrar, exibir, de serem ovacionados.

Esses, que erguem seus impérios em apenas um direção, que caso percam suas coroas passarão a não ser mais como antes, tornar-se-ão frutos de um passado arquitetado em alicerces fugazes, estes necessitam rapidamente voltar um pouco atrás, descer do pedestal e trabalhar um pouco mais em fortificar as suas bases, para que os mesmos possam, quem sabe, ter um alívio durante a queda, para que ela não seja demasiada chocante.

Até porque a idade avança e o corpo passa a não reagir tanto à gravidade, chegará um dia em que alguém terá mais que você, e ela, ela passará a ser o centro das atenções, e você, só resquícios.

Portanto, pensemos bem antes de tornarmo-nos símbolo de algo, de virarmos exemplo, afinal, nunca sabemos até onde isso irá, e se formos inventar de ficarmos apoiados em apenas um pé, alguém pode vir e nos derrubar, já sabemos bem que um só ponto nunca fez boa sustentação.