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Meus heróis morreram de overdose


Morreram, faleceram por viver demais, por terem entendido demasiadamente a vida, por não a terem suportado.


O real, único e verdadeiro, não foi capaz de os manter aqui, eles precisaram partir, pois em vida não foram compreendidos, e algumas coisas só começam a fazer sentido depois da morte, eles não morreram, eles transcenderam.


E lá estão eles, gargalhando pela eternidade, rindo, para sempre, por terem seguido por outro rumo, porque eles bem sabem que não perderam nada, fomos nós que deixamos de ter entre nós tamanha vivacidade.


Viva rápido, morra jovem, talvez os meus heróis tenham lido essa frase, experimentaram muito, duraram pouco; tinham densidade, conteúdo, sede de vida. Viver cem anos a mil ou mil anos a cem? Com certeza a mil, com velocidade, intensos como uma explosão, enérgicos.


Certamente a eternidade mundana não é para os que vivem, para os que dão a cara a tapa, aos que entregam a outra face do rosto, estes têm data de validade, eles vêm para bagunçar, causar desordem, deixar sua marca de inconformidade e partem no momento certo para serem inesquecíveis.


E sim, repito, os meus heróis morreram de overdose, pois jogaram todo o peso da vida em suas costas, precisaram de um refúgio, e lá passaram a morar, até não mais de lá saírem, e por fim, sucumbirem.


Só digo uma coisa, gargalhem em paz, riam da sanidade que tanto nos afeta, ela ainda nos deixará loucos, ao contrário de vocês.


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