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Um desabafo à escrita


Escrever, não por qualquer coisa, não por qualquer motivo, mas pelos belos, por aquilo que te instiga, que te tira do sério, que te incomoda, ou pelo que te faz bem, que te atiça os sentimentos, que te flore o sorriso.


É complicado escrever quando todos o podem fazer, quando é forçado, demasiado imposto, quando deixa de ser uma aptidão e vira obrigação, o exato momento em que tudo perde a cor, você vira escravo daquilo, necessita espremer ao máximo para conseguir algo, uma vez que determinado ato não é mais espontâneo.


O instante em que se furta isso, tal capacidade, em que não se escreve mais com o âmago, com o mais profundo íntimo, do seu jeito, à sua maneira, é o momento em que a escrita não mais serve, que não mais toca, em que ela deixa de ser sensível, em que ela deixa de ser.


Quando escreve-se além das experiências, quando se é teórico demais, o segundo em que a escrita não serve à(o) escritor(a), quando nem ele(a) reconhece-se naquelas palavras vazias, frutos de um pensamento vago, demasiado longe e confuso.


Uma coisa é certa, escrever exige veracidade, no mínimo de quem escreve para com o papel, não é obrigação dele servir de suporte para ideias tão errôneas. E não digo que apenas a realidade deva ser escrita como verdade, e sim que quem escreve tenha compromisso com suas palavras, escreva por ver beleza naquilo, por ver ali uma fonte inesgotável de prazer, seja por escrever bonanças ou até mesmo tragédias, apenas que escreva de verdade, sem fingir.


Bem-aventurados os que verdadeiramente se deixam, os que fazem com vontade, que não escondem o desejo, que fazem da sua vida um conto, e que vivem a tirar conclusões de tais histórias, porque no fim, só o verdadeiro permanece, apenas os que escreveram com ímpeto terão seu espaço, as próprias palavras tratarão de colocar cada um em seu devido lugar.


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