Paz de espírito
Existem coisas que só a plenitude pode nos proporcionar de forma contundente, pontual e certeira.
Estar bem consigo, sem mais preocupações que te tirem o sono, é saber que apesar da avalanche que vem, você está intocável, tudo desabará ao seu lado e você permanecerá de pé, pois atingiu um estado de equilíbrio há muito tempo querido.
É ter abdicado de tudo que causava perturbação, desconforto, é uma situação sua, ter a coragem de abrir mão de posições, lugares, prestígio, para enfim ser seu, é de fato reservar um momento para si, para a autodescoberta, para o próprio engrandecimento.
Por vezes é cansativo, não se sabe qual o mais valioso, estar em paz com o mundo ou consigo, se realmente vale a pena suprir as demandas alheias e estar em falta com o indivíduo que somos, verdadeiramente nos trairmos.
É de fato complicado, mas a sensação de pertencer a si mesmo é inigualável, e o preço a ser pago é caríssimo, é o julgo de outrem, é fazer o que quiser e ser incompreendido, é não dever satisfações; os resultados são os mais diversos, cabe a cada um saber se o valor vale ser pago.
A paz que isso traz é tamanha, é inclusive muito boa para ser verdade, um ponto de beatitude, a supressão do sofrimento, uma tranquilidade acima do normal, um ponto de quase nirvana.
Não passei batom vermelho, mas nem vem tirar meu riso frouxo com algum conselho. Só não quero muito tumulto, pois já organizei um pouco mais a casa, mudei de lugar algumas verdades, e hoje estou vivendo sereno. Uma coisa é certa, depois da tempestade sempre vem a calmaria, e nesta tenho estado, contemplando o arco-íris, com o brilho nos olhos de quem precisou correr muito pra chegar aqui e descansar pleno.