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Torna-te quem tu és


Ser você mesmo, até que a única saída seja todos aceitaram tal condição, ser tão único que não restem dúvidas de sua personalidade, de sua existência.


Em tempos de divisão é difícil ser de si, não é pregar o individualismo, o alimento do ego, muito menos ser narcisista, é apenas buscar o tamanho que sempre foi seu.


Expectativas alheias, julgamentos externos, a dificuldade de ser você mesmo, tudo isso atrapalha o caminho, torna-o mais arisco e perigoso, querem nos fazer pensar que não compensa corrermos atrás de sermos quem queremos ser.


A corrida para satisfazer o mundo é bem mais acirrada do que aquela que travamos contra nós mesmos, mais competidores, melhores resultados, pelo menos a curto prazo, pois sabemos bem o que ganharam aqueles que ousaram ir contra.


Viraram referência, apesar da não aceitação, da rejeição, hoje tornaram-se exemplo, correram além, atreveram-se, perceberam que ou eram aceitos, ou o mundo que estaria perdendo tamanho atrevimento, e um salve aos destemidos, porque eles alcançaram o tamanho que sempre os pertenceu, só demoraram um pouco porque alguns não haviam entendido que isso era possível, e assim, ficaram no meio do caminho, torcendo contra, enquanto deveriam o ter acompanhado, perderam por nem começar.


Infelizmente eram um pouco de tudo, menos verdadeiramente de si, não eram um tecido completo, repleto de estampas, eram retalhos mal costurados, encaixados sem muita perícia. Preferiam ir adicionando o que era conveniente, o que parecia ser bom, o que requisitavam, a inserir o que realmente era de sua vontade, da sua maneira, até mesmo evitavam acrescentar o que de fato gostariam, por vergonha ou por colocar a satisfação dos outros a frente das suas.


Estes jamais tornar-se-ão quem realmente são, infelizmente, e o preço a ser pago por não pertencer a si mesmo é alto, a conta vem depois, quando a vida começar a cobrar autenticidade, quando você precisar ser alguém e perceber que é só fragmentos, pedaços soltos, aí sim sentirá falta de ser inteiro, uma peça só.


Portanto, é imprescindível que pertençamos a nós mesmos, ao menos que tentemos tornarmo-nos quem nós somos, não é uma questão de estar escrito, apenas que tenhamos a ideia da nossa profundidade, do poder que é ser o que queremos, do atraso que ainda é importar-se com visões alienadas, e assim, tornar-se sua própria negação, um alien em si mesmo. A luta, de fato, é a completude, cada vez menos sairmos de nós, que não nos tornemos desconhecidos em nosso próprio território, afinal, não há nada mais masoquista que olhar no espelho e não mais se reconhecer, ser um forasteiro em sua casa.


Por fim, a grande guerra realmente é tornarmo-nos quem nós somos, afinal, do que os outros são, o mundo já está cheio.


“Isso de ser exatamente o que se é ainda vai nos levar além” – Leminski


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