Oi, tudo bem?
Você pergunta, o outro também, mas ninguém responde.
Cruzam-se na rua e acabam por fazer tal questionamento, vazio, afinal, nenhum dos dois realmente gostaria de saber o estado do outro, tamanha a indiferença.
Então, por que insistimos em perguntar? Se não estamos dispostos a dizer como estamos e muito menos interessados em como o outro se encontra.
Talvez tenha virado cumprimento, ou o fazemos por força do hábito, mas é como convidar para o almoço e não ter comida, é o mesmo que falar que vai atirar, porém, não ter como realizar o feito.
É não ter profundidade, é molhar somente os pés, imagina se questionarmos alguém sobre isso durante um momento de pressa e a pessoa realmente quiser falar sobre seu estado, seus medos, seus anseios, sua felicidade, o que a faz sorrir, estaremos preparados para isso? Estaremos prontos para parar e ouvir? Seremos empáticos o suficiente para dividirmos um momento com quem talvez por um momento fingimos nos preocupar?
A lição é clara, não perguntar se não estiver disposto a ouvir, por mais que a maioria se cruze e pergunte vagamente, algum dia talvez encontremos alguém profundo o suficiente para nos fazer perceber que não deveríamos ter perguntado sem uma verdadeira disposição.
É uma loteria, só esteja pronto para ouvir sem pestanejar quando for necessário e ainda perguntar a razão.
Oi, tudo bem? Não, não estou bem, meu dia foi dos piores. Mas por quê?...