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A caverna da ilusão


Tenho recusado algumas verdades, passados por elas como se fosse cego, evitado olhar, e isso nunca foi sobre covardia, é sobre saber que elas não são assim tão verdadeiras, por entender que ainda as contam por comodismo, e por conta deste, permanecem lá.


Assim, prefiro nem ver, outras tantas vezes nem escutar, não me trarão nada de novo, aliás, é o novo que tenho buscado, por isso a recusa, os velhos dogmas, as crenças antiquadas, os mesmos preconceitos, tão prévios.


Eu passo e eles estão lá, em torno de tais verdades, e fico pasmo ao perceber que ainda não perceberam tamanha fragilidade, novamente, não é sobre ser pedante, é sobre libertação. Você quebra uma corrente e percebe que as outras são também passíveis de rompimento, não há eternidade nisso, elas são breves na medida do crescimento.


A grande questão é essa, os presos não aceitam algumas liberdades, aos seus olhos elas parecem queimar, são intangíveis na mesma proporção de suas limitações, impostas de todos os lados, tendo suas realidades tão delimitadas.


Ironicamente seguem zombando dos libertos, mesmo vendo somente as sombras do todo, mas tudo bem, a verdade é visualizada do seu ponto de vista, julgam-nos por termos visto o sol, alegando que tamanha quantidade de luz pode cegar, e rimos deles, por estarem imersos em escuridão, já tão cegos pela situação que os apraz.


É preciso força para sair da obscuridade, mas ainda mais para não voltar, afinal, a ausência de luz é perfeita para descansar e dormir, e assim, ficar do lado das verdades, amparado em seu leito. Depois de algum tempo lá percebi o desconforto, a falsa sensação de proteção, não existe aconchego, há um conluio perverso que te impede de sair da ilha e ver que ela encontra-se ali, e por fim, fazem-te acreditar que tudo isso está errado e que permanecer é o que te fará sorrir.


Meus pêsames aos que ficaram, eu sempre volto para tentar os buscar, deixem de olhar para minha sombra, voltem-se para mim e vejam qual a cara que a emancipação tem, fica difícil olhar conteúdo quando só se vê forma. Podem relaxar, eu sempre volto, alguns grilhões ainda não foram quebrados, e aproveitem, porque quando eu não mais voltar, certamente já estarei alçando longos voos e rindo de tudo isso, afinal, depois que passa, tudo parece brincadeira.


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