A plenitude da consciência
Elas pensam em conquistar, eu chego e conquisto.
Perdem-se no caminho das formas, imagino o conteúdo, já perdido.
É embaraçoso como são omissas, como seguem com objetivos pautados, demasiado simplórios, rendem-se na primeira caída, possuem um alvo certo, mas atiram da forma errada, só vêem o círculo vermelho, ignoram todo o restante.
Até mesmo os tiros são frágeis, sem densidade, quase que sem substância, eis o problema da superficialidade, tudo isso é desfeito de forma muito simples, sem muito trabalho.
É preferível chegar e não pensar no fim, checa-se o vento, o céu, o posicionamento, os equipamentos, e principalmente, o atirador, a condição deste é extremamente importante, internamente é necessário equilíbrio, dificilmente ganha-se uma luta quando não se conhece o adversário, a situação é agravada quando ele é você mesmo.
A flecha acerta o alvo, tanto quanto o alvo acerta a flecha, é um pacto, aquela precisa ceder à capacidade de novos tiros, este, o espaço, há uma espécie de complemento, por isso o processo ser tão importante, o fim é a derradeira instância, o último fio da história.
Por isso elas têm tentado conquistar, pois utilizam-se de múltiplos disparos, da mera expectativa de êxito, eu preferi analisar o meio, conhecer os pontos, traçar estratégias, talvez neste ínterim o próprio alvo acerte minha flecha, afinal, nunca foi sobre atirar, foi sobre o tempo dispendido na realização bem feita, o fim é um detalhe, uma conseqüência, e às vezes é tão perfeito que o próprio paradigma muda, em detrimento da profundidade do meio, para mostrar que não é a forma, mas sim a essência, que o primordial não é a ação em si, porém, o universo que a abrange, o conjunto da arte. Sabe-se bem que quanto maior a história, melhor a apreciação da obra, você a valoriza mais, ela te conquista pelo caminho, por tudo que a envolve e não pela chegada, é só uma linha, todos a traçarão, e no fim só sobrará o como, a fatídica maneira de ter chegado lá.