A arte imita a vida, para enfim a vida espelhar-se na arte
É interessante ver as evoluções, por onde temos andado e em qual local chegaremos, o que tem imitado o que, ou mesmo o que tudo tem se tornado.
Belo é que a arte imite a vida, que ela seja uma representação desta, que explane a alegria e a dor do ser, do dia a dia, das constantes mudanças que o tempo nos traz, e que o mesmo faz questão de levar.
Mas parece que a vida quis imitar a arte, começou a perder autenticidade, não entendeu o caminho a ser percorrido e perdeu-se no replicar dos fatos, em como seguir espelhando-se em uma representação tão paralela dela mesma.
Vivemos uma falsa ilusão, a achar que devemos copiar a arte, seguem vendendo-nos a ideia, aos montes, espalhados nos mais diversos lugares, como fazer, vestir, andar, ir, falar, como ser, tudo isso, e tudo isso está absurdamente longe da realidade, da vida de fato, de onde ela consegue realmente atingir.
E isso está em todos os locais, aparentemente a vida virou tal representação, a arte apropriou-se da vida e a incrementou, é até conveniente tal adição, pois é encantador vermos o que é real de forma mais sutil, até mesmo romântica, o problema é voltar e não haver onde aportar, perceber que não era nada daquilo, e ainda assim querer viver como se aquilo tudo fosse possível, apreciável de verdade.
Até mesmo é perigoso seguirmos assim, possivelmente sem referências, ou até com as devidas, mas deturpadas, não sei em que momento a vida nos escapou, se mesmo passou a ser desinteressante, tediosa, talvez por isso o escape na arte, no enfeite, no ornamentado, no além do possível.
Só me preocupa quando a realidade não for mais instrumento para nada, se a arte alimentar-se-á do irreal, até seria afável que aquela viesse a ser de verdade, mas aí entraríamos em um novo patamar, em abstrações completamente novas e igualmente inalcançáveis, ao menos do ponto de vista do de fato existente.
Portanto, que a vida continue imitando o vídeo, que garotos inventem um novo inglês, só é bom que os vídeos tenham formatos para o futuro, e que o novo idioma possa ser entendido, e que sejam reproduções viáveis, mais belas, mas ainda assim alcançáveis, já percebemos que as super produções fogem da realidade, e não queremos isso pra vida, esta pede arte, e de preferência, não a surreal.